25 de fevereiro de 2012

Crônica: O MANÍACO DO PARQUE

O MANÍACO DO PARQUE
José Ribamar Bessa Freire - 12/02/2012 - Diário do Amazonas

O velho, como era seu hábito diário, caminhava em ritmo acelerado pelas alamedas do Campo de São Bento - uma área de 40.000 metros quadrados que ocupa um quarteirão inteiro do bairro de Icaraí, em Niterói. De repente, parou debaixo da mangueira, se abaixou e recolheu uma manga do chão. Examinou-a. Viu que não estava mordida por morcego ou passarinho. Cheirou, acariciou a fruta madura e resmungou num tom de quase lamento:
- Essas são as últimas mangas da estação!
Parecia que ele estava falando sozinho, mas na realidade conversava com as árvores. – “O velho está ficando tantã” – comentou o vendedor de água de coco que, de camarote, assistia“aquela presepada”. As mangueiras, mudas, nada comentaram. Acostumadas a frutificar, anualmente, entre o natal e o carnaval, encerram a temporada sempre por volta de fevereiro. Agora, ouviam as queixas apresentadas pelo velho, que cada ano tinha a voz menos firme e os cabelos mais ralos e mais brancos.
Com a careca protegida do sol pelo infalível bonezinho azul que tinha o escudo do Vasco na viseira, ele prosseguiu sua marcha debaixo das árvores centenárias e frondosas do parque. Passou pelas imponentes palmeiras imperiais e, em seguida, pela calabura, cujos galhos em escadinha proporcionam sombra refrescante e atraem borboletas coloridas, alegres bentevis e sanhaços saltitantes, que passeiam em volta de suas flores brancas salpicadas de sementes amarelas.
Depois, o velho foi costeando os canteiros de flores, onde algumas pombinhas se deslocavam em voo rasante. Deu a volta no lago que tem um chafariz, atravessou a pequena ponte, transpôs o caramanchão coberto de trepadeiras, lianas e cipós, cruzou o laguinho onde patos e gansos se banhavam, passou pelo parquinho de diversões e parou diante do coreto. Fingiu que não ouviu o rapaz dizer, em voz baixa, à namorada:
- Disfarça que lá vem o velho maníaco.
Ninho de plástico
Além de maluco, ele ficou com a fama de maníaco do parque. Aconteceu no tempo em que ainda fazia suas preleções aos jovens do Colégio Estadual Joaquim Távora, que se reuniam no coreto para matar aulas e, às vezes, para fumar um baseado. Por acreditar na educação como redentora da humanidade, o velho fazia longos discursos aos estudantes, tentando despertar neles uma consciência socioambiental. Insistia na responsabilidade individual, de cada um, em relação ao lixo, e apontava para o parque coberto de sujeira.
Seu tom de voz era de um missionário. Dizia que aquele era um combate desigual travado por um exército de garis, que perdia todas as batalhas para os usuários do parque, responsáveis por tanta imundice. Diariamente “jogavam no mato” garrafas de plástico e de vidro, copos e sacos de plástico, papel plastificado, latas de cerveja e de refrigerantes, embalagens plásticas e de papel de alumínio, pontas de cigarro e todo tipo de entulho.    
Em seu discurso inflamado, o velho mostrava como o lixo pode ser altamente prejudicial ao meio ambiente, à saúde humana e à vida urbana, entupindo bueiros, provocando alagações, mortes, desabamentos. Discorria sobre o tempo de decomposição de muitos resíduos sólidos, sobretudo dos 800 bilhões de objetos de plástico que são produzidos anualmente no mundo, muitos dos quais acabam chegando aos rios e oceanos, matando peixes e aves por asfixia.
- Vocês não viram no Jornal Nacional aquela baleia que morreu com mais de 800 kg de sacos de plástico dentro do estômago? – ele perguntava num exercício de retórica. Exibia a foto que havia tirado, ali mesmo, no Campo de São Bento, de um ninho de bentevi - uma bola de lixo presa entre os galhos, feita com retalhos de plástico misturados com capim.
Os jovens ouviam tudo em profundo silêncio, numa atitude aparente de reverência e atenção. Mas quando o velho virava as costas, debochavam, faziam teatrinho, imitando-o e, pior, continuavam emporcalhando os canteiros de flores sobre os quais era atirada diariamente uma enxurrada de detritos, embora existam dezenas de lixeiras espalhadas por todo o Campo de São Bento – um patrimônio público cujo paisagismo original é de autoria do arquiteto belga Arsênio Puttmans contratado, em 1908, pelo então prefeito João Pereira Ferraz.
Xerife do parque
Diante da inutilidade da palavra, o velho se autonomeou, então, xerife do Campo de São Bento e resolveu partir para a ação, a guerrilha e o terrorismo. Um dia, viu uma senhora de classe média, vestida com roupa de butique, atirar garrafas pet num canteiro de flores. Deu um grito: - “Ei, minha senhora, não faça isso, vai matar as plantinhas”. Ela peitou o velho: “Não é da sua conta”. Ele, então, aos berros, a chamou de porca, de criminosa. Duas velhinhas que assistiram tudo, o censuraram por ter sido excessivamente agressivo.
Mas a gota d’água foi quando ele viu uma jovem mãe, bonita, cheirosa e gostosa, caminhando com seu filho de uns três anos para o parquinho de diversão, onde as crianças se divertiam no carrossel ou no bate-bate com seus carros elétricos coloridos. Depois de jogar um saco de pipoca vazio no chão do rinque de patinação, a mãe atirou um potinho de iogurte com um canudinho sobre um canteiro de flores, dando belo exemplo ao filho.
O velho perdeu a esperança na humanidade. Foi aí que sua fama de maníaco do parque se consolidou. Já que não podia mudar o mundo, não deixaria que o mundo o mudasse. Concentrou todas as suas energias num combate solitário, mas sem trégua, aos canudinhos de plástico, a quem devota um ódio supino, porque são tantos espalhados pelo parque, que os garis deixaram de recolhê-los, concentrando-se no lixo mais grosso.
Cada um tem sua mania. A do velho passou a ser recolher todos os canudinhos de plástico que diariamente infestam o parque, entopem os bueiros e matam as plantas. Em sua caminhada diária, vai catando o que encontra. É uma guerra, na qual o inimigo se disfarça até mesmo usando uniforme camuflado. Os malditos fabricantes passaram a produzir um canudinho de cor verde, vendido pelos quiosques do parque, difícil de ser visto entre as folhas, sobretudo para o velho, cujo olho direito afetado por um princípio de catarata está com um embaçamento visual.
Nessa cruzada santa contra o lixo, o plástico e os canudinhos - uma calamidade pública não assumida ainda pela sociedade - o velho se tornou uma espécie de tropa auxiliar de gari. Mandou várias cartas para a Rede Globo, sugerindo que as novelas abordem corajosamente “o maior crime do planeta”:
 – Em vez de mostrar personagens que cometem crimezinhos mequetrefes e vagabundos, eliminando um indivíduo aqui, outro ali, como faz a Tereza Cristina, de Fina Estampa, deviam mostrar o crime dos crimes, a tentativa de assassinar a própria mãe, a mãe terra – ele escreveu, achando que se pudermos nos ver como num espelho é possível reverter o dano.
Uma só novela da TV pode transformar o Brasil numa enorme Curitiba educada, limpa e saudável – diz o velho que ganhou fama de maníaco, de doido. Pobre planeta! As mangas de fevereiro são as últimas da estação ou as últimas da história da burrice e da estupidez humana?

4 de novembro de 2011

Amazonas bate meta nacional e reduz desmatamento em 53% no mês de setembro de 2011


O trabalho desenvolvido pelo Governo Omar Aziz em parceria com orgãos federais, municipais e sociedade civil no combate ao desmatamento ilegal, apresentou os saldos positivos. O Estado do Amazonas registrou no mês de setembro de 2011 uma redução de 53,3%, superando a queda do desmatamento em toda a Amazônia Legal, que registrou 43%, conforme dados do Deter (Detecção de Desmatamentos em Tempo Real), divulgados esta semana. Na tarde desta sexta-feira, dia 4 de novembro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, apresentou os números do Amazonas à imprensa local. Os dados do Amazonas são os mais positivos da história em redução do desmatamento dos últimos quatro anos do mês de setembro.

A titular da SDS, Nádia Ferreira, atribui o resultado a uma série de medidas adotadas pelo Governo do Amazonas, por meio da SDS, que agiu de forma estratégica. “No início do ano o Governador Omar Aziz determinou que se priorizasse o trabalho preventivo e educativo no combate ao desmatamento ilegal. Foi então que elaboramos um planejamento estratégico contando com a parceria de outros orgãos estaduais, federais e municipais, além da sociedade civil, que focasse em resultados a médio e a longo prazo”, ressalta a secretária.

De acordo com a secretária, políticas públicas para reduzir desmatamento não é uma ação isolada, faz-se necessário a colaboração de todos os segmentos na aplicação de ações com foco no desenvolvimento sustentável com responsabilidade ambiental. As ações iniciaram em abril deste ano, com o lançamento do pacto pelo “Desmatamento Ilegal Zero”, em parceria com Governo Federal por meio do Ibama e, posteriormente, durante a Semana de Meio Ambiente, o lançamento do Programa de Regularização Ambiental das Propriedades Rurais (CAR/AM), Lei 3.635, de 6/7/11, sancionada pelo Governador Omar Aziz em julho. Esse último conta hoje com 454 adesões de produtores/pecuaristas do Sul do Estado junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

A partir daí, o Governo investiu em medidas educativas como as oficinas “Educar para não Queimar”, realizadas em 12 municípios, que capacitou 950 pessoas, e o Canal Aberto com o Produtor, realizado em 62 municípios, com a participação de aproximadamente 700 pessoas, especificamente da Região Metropolitana (RMM) e Sul do Estado, áreas de maior incidência de desmatamento no Estado. As ações são parte do “Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento no Amazonas (PPCD-AM)”, elaborado pela SDS/Ceclima. 

As ações de inteligência também foram intensificadas pelo Ipaam no período de janeiro a outubro de 2011. Foram realizadas 20 ações, correspondendo a um crescimento de 33% em relação ao ano anterior, o que contribuiu para a construção das missões de fiscalização com maior probabilidade de êxito no combate aos ilícitos ambientais, principalmente desmatamento para exploração e venda ilegal de madeira. “Parte desse resultado atribuímos ao serviço de inteligência feito preliminarmente, somado ao aspecto tecnológico e às imagens de satélite. Atuamos ainda com educação ambiental, no sentido de persuadir do pensamento das pessoas a prática da queimada”, declara Ademir Stroski, presidente do Ipaam.

Em agosto, as ações de prevenção e combate às queimadas e incêndios florestais foram intensificadas a partir de uma ação integrada. O Governo apostou num esforço conjunto não apenas das instituições que tem competência legal para conduzir o processo, mas também do envolvimento de toda a sociedade para reduzir os índices de focos de calor.

Sob o comando do Centro Estadual de Mudanças Climáticas (Ceclima/SDS), foi instalado o Centro Integrado Multiagências do Amazonas (Ciman-AM), uma estrutura operacional que deu mais agilidade ao monitoramento e fiscalização, além de ampliar a formação de brigadas de incêndio, formando 305 brigadistas em 11 municípios. “Ficamos lisonjeado em ter contribuído como parceiro dos órgãos que se preocupam com a questão do desmatamento em nosso Estado. Essa redução significa que estamos fazendo a nossa parte pela diminuição das queimadas no Amazonas”, declara o Coronel Dias, Comandante do Corpo de Bombeiros.

Com o apoio da Polícia Militar e da Aeronáutica foram realizados ainda seis sobrevoos, identificando queimadas e desmatamento em tempo real em regiões de difícil acesso.

Com o Ciman, o Governo passou a ter uma ação coordenada, planejada e pontual, principalmente na época do ano em que o calor é mais intenso. Instalado na sede do Corpo de Bombeiros para atender o período considerado crítico, o Ciman será desativado, com retorno previsto para 2012.

A ação integrada sob o comando da SDS reuniu Corpo de Bombeiros (CBMAM), Defesa Civil, Grupo Estratégico de Combate aos Crimes Ambientais (GECAM), órgão vinculado ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Batalhão Ambiental da Polícia Militar, PrevFogo (Ibama), Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Polícia Rodoviária, Polícia Militar, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),  Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional do Índio (Funai), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Federação da Agricultura do Amazonas (Faea),  O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Prefeitura de Manaus, Secretarias Municipais e demais atores da sociedade civil.

17 de outubro de 2011

Governo do Amazonas dá a largada para a redução de emissões na Copa de 2014


O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do  Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), trabalha na formulação de um inventário que vai permitir a realização de uma Copa com baixa emissão em 2014. As discussões iniciaram na manhã desta segunda-feira, dia 17 de outubro, na oficina "Pegada de Carbono", realizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) com o apoio do Governo do Amazonas por meio da SDS, e em parceria com a Embaixada Britânica. O evento vai até amanhã, terça-feira, dia 18 de outubro.

A titular da SDS, Nádia Ferreira, explica que o formato do evento segue para as 12 sedes da Copa de 2014, tendo o Amazonas abrindo o calendário de agendas no Brasil. "Somos os primeiros nessa discussão, esperamos aproveitar ao máximo essa troca de experiências com a equipe de Londres e amanhã ter um número de resultados positivos, além de ações concretas para iniciar as implementações", declara.

"O inventário é um guia que vai nos mostrar dentro de ações planejadas, onde vão acontecer emissões de carbono, isso inclui o setor de transportes, hotelaria, turismo, alimentação, etc. A partir desse guia, será possível definir a melhor forma de redução de emissões e gerar benefício econômico e social", explica João Talocchi, coordenador do Centro Estadual de Mudanças Climáticas (Ceclima/SDS).

Para o coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP-Copa), Miguel Capobiango, o evento tem sintonia com o trabalho que já está sendo realizado no Estado. "O evento na Amazônia guarda as preocupações ambientais, que caracterizam a copa verde. No caso do Amazonas, existe uma preocupação maior relacionada à potencialização das questões direcionadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento em todos os aspectos que são inerentes ao Governo do Estado", afirma.

Judith Sykes, da empresa Useful Simple Projects, que trabalhou no projeto de Londres para as Olimpíadas de 2012, ressalta que um dos principais desafios do projeto na capital londrina foi inserir a sustentabilidade em todo o contexto do projeto. “Desenvolver objetivos é fácil, o problemas é implementar o objetivo. Vai ser um desafio fazer com que todos os envolvidos, por exemplo, projetistas do estádio, de transportes, etc., insiram em seus projetos os conceitos, para o planejamento sair do papel e ser cumprido”, explica Judith.

A oficina "Pegada de Carbono" vai até amanhã, terça-feira, dia 18 de outubro. Está sendo realizada no Auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), localizado na Av. Joaquim Nabuco, 1919, bairro Centro, zona Sul de Manaus, das 9h às 18h.

-- 
Nívia Rodrigues

SDS

6 de outubro de 2011

Steve Jobs deixa legado também no mundo da sustentabilidade


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Na noite desta quarta-feira, 5 de outubro, o mundo se comoveu com a notícia da morte do fundador da Apple, Steve Jobs. Dono de uma personalidade marcante e revolucionária, Jobs mudou a forma de consumir produtos eletrônicos e deixou uma legião de fãs inconsoláveis. Seus produtos se tornaram objetos de desejo e estimularam o consumismo, mas também mostraram como as tecnologias podem ser eficientes e estimular causas nobres.

Em 2006, um estudo divulgado pela ONG Greenpeace alertou que os laptops da companhia continham substâncias tóxicas perigosas à saúde. O que se viu depois disso foi uma série de melhorias nos equipamentos da Apple em busca de reduzir os danos à saúde dos consumidores e do planeta.

Em 2007, Steve Jobs chegou a escrever uma carta aberta ao público em que admitia as falhas da empresa nessa área e determinava a remoção de materiais químicos perigosos dos seus produtos. Três anos depois, um novo dado da ONG apontou que os produtos da empresa de Steve Jobs foram considerados “livres de substâncias danosas”.

Dos 2.6 pontos (dentre 10 possíveis) obtidos no primeiro relatório, a nota da Apple já subiu para 4.9 – o que ainda não é bom, destaca o Greenpeace. Apesar de elogiar a atuação da empresa no que diz respeito à redução do uso de substâncias tóxicas, a ONG alerta que a empresa ainda precisa se posicionar publicamente quanto à tentativa de proibição de alguns materiais químicos em alguns países e quais os seus planos com relação a isso.

MacBook Pro e iPad

Uma das maiores ferramentas da Apple na luta por se tornar uma empresas mais sustentável é o MacBook Pro. Lançado em 2008, o laptop de Steve Jobs é comercializado com o slogan de “o mais ecológico da história”. Altamente eficiente, a máquina consome apenas um terço da energia de uma lâmpada quando ligado. Além disso, não possui mercúrio, PVC nem arsênico na sua composição e é manufaturado em monobloco, o que facilita que as peças do computador sejam reutilizadas quando o equipamento for descartado.

O último lançamento de Jobs, o iPad, também é livre de uma série de produtos tóxicos, como arsênico, poluente BRF, mercúrio e PVC, possui alumínio e vidro na sua composição, o que o torna potencialmente reciclável, e possui alta eficiência energética - a bateria do produto pode aguentar 10 horas de vídeo e até um mês em stand-by (tempo realmente surpreendente).

Aplicativos e leitura digital

Com a popularização dos aparelhos vendidos por Jobs, aumentou também o número de leitores de e-book, ou livros digitais. Com o iPad, ficou mais fácil e confortável ler livros, jornais, revistas e documentos sem precisam usar uma única folha de papel.

Além dos livros, na loja virtual da Apple é possível encontrar milhares de aplicativos que podem ser usados em iPads, iPhones e iPods – muitos dos quais trazem a sustentabilidade como tema principal.
Assim, seja para descobrir se aquele produto no supermercado é produzido de forma responsável, para se atualizar das novidades do mundo da sustentabilidade ou apenas para se divertir enquanto joga um game que alerta para os danos causados pela produção de gadgets ao redor mundo, os aplicativos do iTunes já se tornaram uma ferramenta a favor da conscientização dos consumidores.

Emoções e experiências

Para muitos, mais que um simples empresário ou criador, Jobs ficará marcado como um homem que compreendeu que para conectar pessoas a qualquer coisa é preciso mexer com as emoções e experiências. Para o comediante britânico Stephen John Fry, Jobs compreendia que, como seres humanos, nossa primeira relação com qualquer coisa é a emocional.

Essa sensibilidade deveria ser incorporada a outras iniciativas, como as que lutam por causas nobres, opina o fotógrafo e escritor nova-iorquino, Matthew McDermott. “Em primeiro lugar somos seres emocionais. Mas ainda assim, quando falamos sobre clima, energia, biodiversidade, muitas vezes tentamos apelar para a razão, para o intelectual. Isso não funciona”, defendeu em um artigo publicado no site Treehugger.

“Cultivar o amor, a compaixão, todo vínculo emocional importante que Jobs aplicava tão bem no campo da tecnologia. Aplicar isso ao ambientalismo, seja em escala global ou local, aos sinais exteriores de uma baixa emissão de carbono, ao eco-friendly, e à sustentabilidade ecológica e social vai aparecer naturalmente”, concluiu

Fonte: EcoD

Tecnologia emprega resíduos madeireiros na construção de casas populares


Maquete de uma edícula com paredes de rolo-resto.
(Divulgação)


O uso de rolo-resto (miolo de toras de madeira) para a construção de casas de madeira está sendo apontado como uma alternativa econômica, social e ambientalmente viável para o Amazonas.

Com um custo total de aproximadamente R$ 6,2 mil para a construção de uma casa de 43,56 m², com sala, dois quartos, cozinha e banheiro, as vantagens envolvem redução dos custos de manejo, geração de novos empregos e minimização de riscos e impactos ambientais. Os resultados fazem parte da dissertação de mestrado “Utilização de rolo-resto gerado pela indústria de chapas compensadas na construção de habitações populares”. O trabalho foi desenvolvido pelo engenheiro florestal André Vilhena de Oliveira, sob a coordenação do pesquisador Mauro Thury de Vieira Sá, ambos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
Conforme levantamento feito junto a três indústrias de compensados, no Amazonas são descartados, como resíduos, 2.384 m³/mês de rolo-resto, que poderiam ser utilizados para a produção de paredes e divisórias de baixo custo.
“O déficit habitacional e as técnicas de construção precárias são graves problemas enfrentados pela população carente. As dificuldades econômicas e as poucas opções de materiais e de técnicas de construção induzem a população à edificação de moradias com pouco conforto e baixo nível de segurança. Esse modelo de moradia proporciona conforto e mantém a identidade regional”, destacou Oliveira.
Quanto ao valor da casa, Oliveira salientou que não está incluído qualquer tipo de tratamento contra fungos e insetos para aumentar a durabilidade e a qualidade dos roletes. Mas, a pesquisa oferece uma alternativa para melhorar as condições habitacionais da periferia das cidades e da área rural.
Foco ambiental
Durante a pesquisa, constatou-se que do total de resíduos gerados pelas indístrias de compensados, 85% é aproveitado para gerar vapor e energia e 15% do material é vendido para terceiros. Isto é, os resíduos são utilizados para produção de energia em caldeiras, para a confecção de embalagens para uso da própria fábrica e também para a produção de paletes.
Ainda segundo dados apresentados pelo autor da pesquisa os estudos apontam que uma casa em madeira custa menos que uma construída em concreto, além de ser mais rápido o tempo de montagem. “É preciso ressaltar que o tempo será menor, desde que haja disponibilidade de matéria-prima e que o fornecimento desta não oscile em prol da ação de monopólios, como acontece nas obras tradicionais de alvenaria”, ressaltou.
Outra vantagem é que os custos dos roletes são menores que os da madeira tradicionalmente utilizada nas construções.
Rolo-resto
As toras são transformadas em chapas de compensado após o processo de torneamento na confecção das lâminas, desse processo surge o rolo-resto, que é a parte central ou miolo da tora, que é descartado pela indústria madeireira. Também denominados roletes, são usados para produzir energia por meio da queima nos fornos das caldeiras das próprias indústrias de compensados.
Espécies utilizadas nas fábricas de compensados:
Sumaúma (C. pentandra), muiratinga (M. sclerophylla), copaíba (C. duckei), assacu (H. crepitans), virola (V. surinamensis), breu (Protium sp.), amapá (Brosimum parinariodes), jacareúba (C. brasiliense), paricarana (Pithecellobium corymbosum) e andiroba (Carapa guianensis).
Foto 1 - Confecção do encaixe da ponta do rolete em serra circular. (Divulgação)
Foto 2 - Planta Baixa do Protótipo da Casa de Roletes em Escala 1/50. (Divulgação)
Luis Mansueto - Agência Fapeam

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